Restaurando as prioridades espirituais
Em Neemias 13, temos a conclusão de um livro clássico sobre liderança e administração. O autor foi instrumento de Deus para o grande e penoso desafio da reconstrução. Isso porque reconstruir é mais pesado, mais complicado do que construir. Nem todos os pedreiros têm a prática, o refinamento para a reconstrução.
Você pegar o que está feito e, depois de quebrado, reconstruir sem ter feito a planta, é muito mais difícil. Quem já morou em uma em reconstrução sabe o aperto que isso representa. É em um contexto desse que Neemias aparece.
Para reconstruir muros, restaurar portas, colocar em ordem as coisas da cidade de Deus. Isso em um ambiente de perseguição, calúnias, falsas profecias, levantes contrários dos de dentro da cidade.
Pessoas que estavam dentro de Jerusalém, não queriam ver o seu bem. Atentaram contra Neemias, tentaram induzi-lo a erro, propuseram que deixasse seu posto no muro para conversas improdutivas. Felizmente, o líder estava atento e conseguia perceber a relevância de sua função naquele momento e respondeu: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não posso descer.” (Ne 6:3).
Neemias era um administrador temente a Deus. Por isso, seu legado é reconhecido por todas as escolas de gestão ao longo dos séculos. Assim como o Senhor fez com Neemias, Ele quer usar o seu talento em favor da sua obra. Como os dons e talentos são de Deus, Ele sabe onde nos coloca, onde nos acomoda para darmos frutos.
Restauração do culto
Após a histórica reparação de muros e portas em 52 dias, Neemias passa a tratar de outras questões que eram importantes, mas estavam sendo tratadas inadequadamente. Uma das reformas foi fazer cumprir o texto da lei de Moisés que vedava aos amonitas e moabitas a entrada na congregação de Deus. A justificativa era porque quando Israel ainda peregrinava no deserto, estas duas nações negaram pão e água e, para agravar a situação, os seus líderes contrataram a Balaão para que os amaldiçoasse.
Neemias também corrigiu a falta de respeito com os elementos sagrados do templo e a total irresponsabilidade na gestão das ofertas do povo. Como eles haviam tornado o espaço reservado para ofertas em uma residência, o povo perdeu a satisfação em contribuir e Deus, por sua vez, cumprindo o que a Palavra já prevê, deixou de abençoar as finanças das famílias e, por conseguinte, da nação.
Como instrumento de Deus para restauração da ordem, do culto aceitável ao Soberano, Neemias também travou uma batalha com os magistrados da cidade para que os levitas recebessem os salários a que tinham direito como determinava a Lei do Senhor.
O líder da restauração também confrontou a desobediência à guarda do sábado, uma vez que o comércio, inclusive de estrangeiros, estava acontecendo sem qualquer restrição. Ele adotou medidas como fechar as portas da cidade e nomeou sentinelas para garantir o cumprimento da lei. Atualmente, a igreja de Cristo deve aplicar isso no tocante a separar o domingo para se dedicar às coisas de Deus e, não, às práticas que julga serem mais prazerosas do que servir ao Senhor.
Deus é a prioridade
Essas e outras correções ajustadas por Neemias apontavam para a primazia que Deus deve ter na vida dos seus servos. Quem abre mão de regras básicas, perde a oportunidade de uma vida abundante. Aqueles que aproveitam mal o tempo com atividades de entretenimento que não glorificam ao Senhor, acabam por estar no culto e não perceberem o agir de Deus. Muitos têm disposição para duas horas de um filme de terror, suspense, evocação de espíritos malignos e, com isso, perdem a sensibilidade para ouvir a voz de Deus.
As últimas reformas implementadas por Neemias colocam Deus em prioridade. São mensagens claras ao coração do homem de quem é o legítimo dono que deve ocupar não apenas uma parcela, mas 100% da nossa vida. Jesus não aceita divisão, quer exclusividade na intimidade com os seus servos. Se o servo falhar, Ele restaura. Se cair, Ele levanta. Se fracassar, Ele sustenta.