Um Porco que cai
Eu vi dois brasileiros mascarados desembarcando em Guarulhos. Todo mundo pensa que aqui, as coisas nunca vão acontecer. Não chegará até nós a crise mundial, nunca teremos terremotos, e seremos o país do futuro. Só que a história recente tupiniquim desmente tais argumentos.
A gripe suína não é marolinha. Ela já chegou e mais rápido que um espirro, espalhou pânico, medo e desconfiança internacional. Ainda é muito cedo pra apontar as causas dessa moléstia ruminante, mas é consensual que veio do México. Viva Zapata! Viva la revolución!
O México, assim como o Brasil, é um país pobre e atrasado que pensa que é o primo rico da América Latina. Lá, adoram Guadalupe. E aqui? Bom, dispensa comentários. Nem preciso dizer. E o atraso mental e o primitivismo cultural continuam sendo a locomotiva do poder. Na Antiguidade, o México era o Egito latino. Hoje, é a Meca carioca.
Mas, vamos esquecer a questão sócio-política. Eu acredito em Deus e em Jesus Cristo, seu filho que morreu para salvar a humanidade. Mas alguns humanos não querem saber disso. Preferem cortar a língua e oferecer á Shiva; Preferem penitências severas diante de imagens vazias e sem vida. Não queria estar lá pra ver, mas imagino parte do povo mexicano indo às igrejas pedir a santa Guadalupe para livrá-los da gripe suína.
A História irá se repetir. Eu sei que vai, porque ela é cíclica. Na idade média, a contaminação endêmica da peste negra foi, em grande parte, responsabilidade da Igreja Católica. Os doentes se benziam com a água benta, e depositavam ali vírus, bactérias e outros bichinhos letais. Vinha outro moribundo de fazia a mesma coisa, e assim por diante. Hoje, no século XXI, onde todos nos achamos civilizadamente superior aos medievos, acontece a mesma coisa. Um devoto mexicano vai à igreja rezar por Guadalupe. Lá, assim como na Idade Média, ele contamina o ar com o vírus suíno, vem outro cidadão na mesma condição e pronto! Temos uma epidemia alla medieval.
Eu estou tranquilo, porque Deus, que é um ótimo pai, cuida muito bem de seus filhos. O amor dele é tão grande, que não poupou a vida do primogênito em nosso favor, mesmo sem merecermos. Estávamos condenados desde a criação, não é Darwin? Mas com sua infinita graça, fomos resgatados, perdoados, santificados e justificados. Pela fé, é claro.
Por: Gustavo Felício