Uma breve história da Música Cristã

A música sempre desempenhou um papel importante no serviço litúrgico na história da Igreja Cristã. Na Idade Média, tanto os hinos como a Palavra estavam muito distantes do povo, pois o latim era a língua oficial das missas e impunha uma idéia de medo e culpa por não compreenderem rigorosamente nada do que se falava ou cantava.

Já no Renascimento, e com a Reforma, esse contexto sofre profundas alterações. Lutero e Calvino traduzem a Bíblia para suas línguas maternas, alemão e francês, aproximando o crente à Palavra e à Música. Bach, Handel foram os primeiros compositores a unir a música devocional ao culto evangélico onde os hinos eram facilmente cantados e memorizados pelas pessoas. Estes serviam para que o crente tivesse uma intimidade ainda maior com Deus e que o conjunto “oração, cânticos e palavra” fosse o pilar da nova doutrina protestante.

As pessoas passavam a ter um contato direto com a bíblia. A invenção da imprensa espalhou um número grande de exemplares da bíblia pela Europa fazendo com que a experiência direta com Deus fosse cada vez mais frequente. O relato das histórias bíblicas deixou de ser exclusividade do clero e cada crente passou a ter um envolvimento mais direto com as escrituras.

A produção musical começa então, a ter um caráter de adoração. Os versos poéticos relatam a confiança em Deus através de exemplos de vida do mais comum cidadão. Apesar das composições seculares, a música profana era extremamente rejeitada, e somente a partir do século XVIII, Mozart é venerado como gênio indomável com suas composições fazendo fortes alusões à maçonaria.

No século XIX, surgem os “Grandes Hinos Clássicos”, muitos dos quais pertencem hoje à Harpa Cristã. A expansão do Império Napoleônico levou muitos crentes da Inglaterra ao front de batalha e alguns deles, em navios de guerra. Nesse momento, eles passam a compor hinos influenciados pelo atual contexto, fazendo uma aliteração à Cristo como um salva-vidas num barco à deriva em meio às fortes ondas, a exemplo do hino Sossegai.

Mas infelizmente, nos dias em que vivemos a música cristã vem perdendo sua essência original. Hoje, temos artistas e não mais adoradores; o altar deu lugar ao palco e ao espetáculo. Contratos milionários com gravadoras, programas de TV e até cinema.  Tudo em nome da fama, dinheiro e vaidade. Além disso, alguns cantores e grupos “gospel” procuram imitar o rock e outros estilos musicais profanos. O resultado é uma concha de retalhos repleta de versos sem sentido, batidas fora de ritmo e um tremendo mal gosto musical, onde o esse pseudo-artista cristão consegue piorar aquilo que já era ruim.

E com isso, é preciso valorizar aqueles irmãos que com toda simplicidade e sinceridade de coração, entregam a Deus o verdadeiro louvor. O resultado é que a igreja recebe, o Espírito Santo se manifesta nas vidas dos servos de Deus e a Glória de do Senhor toma o lugar que lhe é devida.

Por: Gustavo Felício