Mordomia do tempo com a família

Pastor Elias Cardoso compartilhou que acompanhar a missionária Lígia em atividades como compras no supermercado além de ser uma satisfação por estar em sua companhia funciona, também, como uma terapia

No culto do sábado, dia 23, à noite, a missionária Lígia Cristina Marins Cardoso, presidente do Cibemp, dirigiu uma palavra breve, mas de grande valor para os convencionais e para a igreja em geral. Pouco afeita a microfone, ela demonstrou que está pronta para mudar isso. Apontando para o pastor Elias ela detalhou: “É como o pastor sempre fala: o microfone é uma delícia. Estou aprendendo isso”, ponderou.

Em uma palavra marcada pela vivência no trabalho do Senhor, ela compartilhou algumas experiências e destacou a gratidão em poder servir a Deus, cuidando da igreja de Jesus. “Estamos aqui para fazer a vontade do nosso Pai. E fazer com amor, com gratidão”.

COMUNICAÇÃO

A missionária enfatizou a importância de que a família seja tratada com prioridade. O assunto foi abordado, também, em uma reunião preparada para as coordenadoras do Cibemp. Neste encontro, elas discutiram sobre novos desafios e até mesmo ataque que estão presentes no cotidiano da família. São novas artimanhas do inimigo da igreja que busca desconstruir valores basilares da sociedade judaico-cristã.

Para enfretamento a esses ataques, a missionária destacou a necessidade do diálogo aberto com os filhos no ambiente familiar. Ela questionou aos obreiros que são pais: “Você tem um minutinho pra sentar com eles? Não como pastor, mas como pai”. Propositiva, ela convidou a mais reflexões com mais questionamentos. “Você acompanha seu adolescente, com sua jovem? Você separa um momentinho pra sair com ela?”

As demandas eclesiásticas, ponderou a missionária Lígia, não podem ser justificativa para manter a família em segundo plano. “A vida de pastor é muito corrida, é muita responsabilidade, nós sabemos. Mas nossa família em primeiro lugar. Nós temos de ter um minutinho com nossos filhos”, alertou. “Vamos ter um diálogo com eles de pai e filho. Não de chamar a atenção: ‘sou o seu pastor, você me respeita’. Não! O senhor é o pai. Vamos ter aquele momento de carinho”.

Missionária Lígia Cardoso compartilhou experiências que ilustram a importância e necessidade de ter a família como prioridade

FAMÍLIA DO OBREIRO

Com foco na mordomia familiar, a missionária Lígia questionou às irmãs sobre o tempo dedicado ao lazer com o esposo e filhos. “Você tem saído com seu esposo e com seus filhos, ir no shopping, tomar um sorvete?”.

Quanto ao argumento da “falta de tempo”, a missionária é enfática na refutação: “Quem arruma o tempo somos nós. Temos de ter pelo menos um horário com nossa família”, afirmou. Ela citou o exemplo da família Cardoso. “Acostumamos nossas filhas a tomar café, almoçar e jantar juntas. Até hoje elas falam disso e fazem assim com os filhos delas”, alertou. “Nossa família é de seres humanos, nossas crianças são seres humanos. Por isso, nós, mães e pais, vamos conversar um pouco mais com nossos filhos.”

LAZER

Nesse contexto, ela compartilhou um testemunho que ouviu de uma missionária. No meio da pandemia, com todas as restrições impostas, o obreiro propôs uma quebra na rotina. A ideia era comprar lanches e se alimentarem dentro do carro mesmo. Adquiridos os lanches, viram que não tinha ninguém na rua, e a proposta ganhou um adicional: sentar na calçada e comerem todos juntos na rua mesmo. Mesmo sendo algo muito singelo, marcou o coração e a mente das crianças.

Com dicas práticas que alegraram o coração das irmãs, a missionária Lígia recomendou aos obreiros: “Leva sua esposa pra tomar um sorvete. Olha que gostoso!”, destacou. A recomendação não é teórica, mas prática. Ela abriu o coração e compartilhou com a igreja experiências corriqueiras registradas ao lado do pastor Elias. “Meu esposo de vez quando me leva pra tomar um sorvete. E vamos de braço dado. Segurando na mão. Ele vai fazer compra comigo. Não deixa eu fazer compra sozinha”, contou.

Resgatando as memórias familiares, ela recordou que um dia estava sentindo dores na perna. Mesmo assim o pastor Elias convidou para ir ao Ceasa comer um pastel, tomar um caldo de cana. “Eu morrendo de dor na perna. Mas, ele viu que um pouco era psicológico. Eu estava cansada”, detalhou. Mesmo com as dores, o convite foi aceito e o saldo não poderia ser melhor. “Eu fui. Cheguei tão bem em casa. Pra quem estava passando mal, morrendo de dor na perna”, lembrou.

Ainda no âmbito desta nutrição do relacionamento conjugal, a missionária Lígia aconselhou. “Os pastores conhecem as esposas, os maridos sabem como fazer um agrado. Vamos lá, tomar um sorvetinho. Tomar um cafezinho lá fora. Tem hora que a gente não tá com vontade de cozinhar. Aquele dia do aniversário de casamento. Vamos, esposa, fazer um lanchinho. Não tem condições? Vamos fazer uma comida diferente em casa. Vamos fazer um churrasquinho”.

EXEMPLO

“Nossas crianças, nossos adolescentes prestam atenção em nós. O que fazemos aqui, eles vão copiar, irmãos”, afirmou a missionária. Ela exemplificou com o caso de uma criança que pediu à mãe para que comprasse gel. Ao perguntar o objetivo do pedido, o menino respondeu: “Quero ficar igual o cabelo do meu pastor!”, referindo-se ao pastor Elias.

A missionária Lígia destacou, ainda, a transitoriedade das gerações e a responsabilidade dos mais experientes ensinarem aos mais velhos pelas palavras e pelas atitudes. “Estar aqui é muita responsabilidade. Vamos ensinar os nossos jovens. Daqui uns dias, eles vão estar aqui no nosso lugar. Nosso tempo passa. O que vamos deixar plantado aqui, na obra do Senhor. Nós plantamos, outros regam, outros colhem. Nossos jovens sempre estão de olho em nós, até nossas crianças”.

Considerando a maturidade das novas gerações, que vão crescer, constituir família e dar continuidade à marcha da igreja, a missionária ressaltou que até a forma como os casais se tratam diante dos filhos, vai impactar a vida ministerial e a formação dos novos lares. “Daqui a alguns dias eles vão ser obreiros. Qual o testemunho nosso dentro de casa? Como estamos conversando dentro de casa na frente dos filhos? Problemas nós temos. Mas tem algum que a gente conversa com o marido do lado, só nós”, ponderou.

Assista a saudação da missionária Lígia na íntegra: