Família: o primeiro campo de trabalho
A missionária Valdecir Salomão ministrou no Cibemp 2019, na manhã de sábado, dia 18, no plenário Timóteo. Ela ressaltou que o tema do congresso deste ano é uma chamada para que as mulheres possam dar o melhor para o Senhor. “Uma chamada para semearmos a boa semente, na família, no trabalho, na igreja, na cidade, no País e entre as nações”.
A preletora pontuou que a parábola não apresenta detalhes sobre o semeador ou a semente, mas esmiúça os quatro tipos de solos. Propositadamente, Jesus deixa de apresentar detalhes sobre o semeador, apenas relata que ele saiu a semear. “A Bíblia também não diz coisa alguma sobre o semeador. Não fala sobre a sua aparência, capacidade, experiências”, destacou.
Ela recordou, ainda, o que foi escrito pelo apóstolo Paulo aos coríntios: “Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento” (1Co 3:6,7).
Um campo: a família
A missionária Valdecir foi instrumento na mão do Senhor para trazer uma palavra de alerta sobre o que tem sido semeado dentro de casa. “Família é lugar de semeadura e de colheita. O que você tem semeado na sua família?”, questionou.
Ela propôs às congressistas para que considerassem o quanto as palavras mal colocadas podem ter influenciado em comportamentos negativos dos filhos que podem ser reflexos de palavras semeadas dentro de casa.
Citando o exemplo dos discípulos no caminho de Jerusalém para Emaús, a preletora indagou: “Quando saímos da igreja, o que vamos conversando?” Em sequência ao raciocínio, ela ponderou sobre quais assuntos são tratados, por exemplo, em volta da mesa, no jantar, após o culto. Se o diálogo gira em torno do tema da mensagem ou se os comentários aludem, de modo maledicente, ao âmbito da vida do pastor, de sua esposa, da dirigente do círculo de oração ou de qualquer outra pessoa.
O poder do exemplo
Como psicóloga, com atuação na Fundação Casa –antiga Febem– ela citou que muitos dos adolescentes com quem atua tem nomes que apontam para o berço cristão de cada um. “Não basta colocar nomes bíblicos nos filhos, tem de semear a boa semente para que o Nome do Senhor seja glorificado!”, declarou.
A missionária compartilhou a experiência de diálogos de com internos da Fundação Casa nos quais os jovens declaram que seus pais não os amam. Diante destas declarações, ela questiona: “Sua mãe te disse com todas as letras que não te ama?”. Os adolescentes detalham que não, mas complementam o diálogo citando a disparidade de comportamento dos pais na igreja e em casa. O que incute neles uma visão negativa do reino de Deus e não permite que cresça a boa semente em seus corações.
“Não adianta falar para o filho não mentir, se você mente. Não adianta falar para ele pagar, se você é mau pagador. Não adianta dizer ao seu filho para não falar palavrão se você fala. Não adianta mandar não falar mal do irmão, se você fala”, exortou a missionária.
Qualidade do arroz
Para exemplificar o cuidado com a semeadura diária que acontece, em todo o tempo, na família, a missionária Valdecir recordou um momento na criação dos seus quatro filhos. Em uma época de recursos financeiros não muito abundantes, a irmã Valdecir mencionou que mensalmente consumia 20kg de arroz.
Em função disso, não escolhia o arroz por marca, mas por preço. Uma vez, porém, ela errou no arroz. A qualidade era tão ruim que era difícil acertar o ponto de cozimento. Pela frustração, ela acabou reclamando do arroz e os filhos ouviram. A partir daí, foi o suficiente para que mesmo com todo apetite que tinham, rejeitassem o arroz. Para não perder a compra, ela testemunha que precisou orar para que todo arroz fosse consumido.
Com isso, ficou muito clara a lição: “Quando alguma coisa não te agrada, guarde para você e leva aos pés do Mestre”, instruiu. Isso porque “o nosso fruto vai permanecer nos nossos filhos”. Daí a necessidade de zelo na semeadura. “Semeie amor, amizade, alegria paz, comunhão, semeie sempre, semeie em todo o tempo”, exortou.