Encontro transformador entre Criador e criatura
Os congressistas da Umademp que participaram do culto da manhã de sábado (20) no templo ou que assistiram pelas redes sociais, foram impactados pelo testemunho da cantora Ana Flávia. O que ela compartilhou foi uma experiência muito especial, marcada pelo milagre. Os passos que ela descreve jamais devem ser repetidos por qualquer pessoa, pois pode não ter a mesma oportunidade de contar o livramento da morte ou de sequelas físicas e mentais.
O testemunho da jovem Ana Flávia é um alerta para que, qualquer pessoa que estiver com diagnóstico de angústia, ansiedade, depressão ou outros distúrbios mentais busque ajuda. É importante evitar o isolamento. Neste momento, os familiares mais próximos, um amigo de confiança, o líder espiritual, o pastor da igreja –identificados na Psicologia como grupos de apoio– devem ser procurados. Assim, estas pessoas vão receber o apoio espiritual que precisam. Este “grito de socorro” também vai mobilizar a família e os amigos para que ocorra encaminhamento a atendimento especializado.
Atualmente, com 18 anos de idade, Ana Flávia compartilhou o livramento da morte que vivenciou aos 14 anos quando atentou contra a própria vida. “Eu sei de onde Jesus me tirou. Se dependesse do inferno eu não teria nem nascido, muito menos chegado até aqui hoje. Mas, para vergonha de Satanás, olha eu aqui hoje”.
Quando questionada se não cansa de contar seu testemunho, Ana Flávia responde que não se cansa de contar o que Jesus fez por ela porque sabe que não é a única aqui tem o corpo cortado. “Não sou a única aqui que já sentiu uma angústia tão grande a ponto de tentar contra a própria vida”, afirma.
Restaurada pelo Senhor, ela entende a necessidade de semear a esperança e mostrar que Deus quer mudar a história de todos que o buscarem de todo coração. “Ouça o que o Senhor diz a você: Tenta mais uma vez. Tenta mais um pouquinho. As tribulações que passamos aqui não se podem comparar com a glória que há de ser revelada naquele dia. E ali não haverá mais choro, não haverá mais pranto, porque todas as coisas se passaram”, declarou com ousadia e convicção.
Vida de aparência
Educada em lar cristão desde o berço, Ana Flávia cresceu vendo seus pais servirem ao Senhor como pastores de uma igreja. Em função disso, sempre esteve ativa como regente, integrando o ministério de louvor.
Entretanto, faltava a ela um encontro pessoal com Cristo. A jovem citou que se apoiava na vida espiritual dos seus pais. Sabia que eles oravam e jejuavam em seu favor e, por isso, não buscava a intimidade com o Senhor.
“Se os meus pais estavam orando por mim, estava tudo bem. Se a minha mãe estava jejuando por mim, beleza, estava tudo bem”, pontuou. “Sabe o que é você estar sempre na igreja, conhecer muito bem sobre tudo que envolve igreja, mas não conhecer o Dono da Igreja? Esse era o meu caso”, testificou.
Dentro da igreja longe de Deus
Ana Flávia relatou que sentia uma grande angústia. “Eu era uma jovem completamente atormentada. Satanás foi trabalhando no meu psicológico desde o primeiro dia de vida. Dia após dia, pacientemente, para que aos 14 anos eu me tornasse aquilo que eu queria que eu fosse: uma menina deprimida, solitária, triste, sem esperança de um futuro”.
Este perfil resultou em um comportamento de automutilação cujas feridas ela escondeu por muito tempo usando roupas de inverno. “Você pode olhar para mim e dizer aí no seu lugar: ‘É frescura, coisa de adolescente, coisa de criança. É para chamar a atenção.’”.
Ana ponderou que por uma pequena brecha sua família quase foi destruída. “Se não fora o meu Senhor que estivesse ao meu lado, quando Satanás se levantou contra mim, ele teria me engolido viva. Mas, bendito seja o nome do Senhor, que não me deu por presa aos seus dentes. Eu escapei, como um pássaro escapa do laço do passarinheiro. O laço quebrou-se e eu estou aqui hoje”, declarou.
Cenário de morte
Ana Flávia relatou o dia que mudou decisivamente sua vida. Seu relato é um alerta. Ninguém jamais deve tentar fazer o mesmo com o pretexto de testar o livramento de Deus, pois pode não ter a mesma oportunidade.
“O meu encontro com Jesus foi em um culto como esse. Naquele dia fui na casa dela, brinquei com minha família, disfarcei com todo mundo. Tomei meu banho, vesti a minha roupa de Santa Ceia, mas antes de entrar no carro para me dirigir à igreja, eu tranquei a porta do meu quarto, peguei uma garrafa de água e ingeri todos os remédios. Entrei no carro, fui para a igreja.
Antes da Santa Ceia, seria ensaio dos jovens. Nós estávamos há poucos meses do nosso congresso. Eu era regente naquela época. Eu me lembro que, quando cheguei na igreja, eu já estava sentindo o meu corpo estranho, muito acelerado. Eu disse para o líder: –Deixa eles ensaiando o hino tema que eu só vou no banheiro e eu já volto.
Eu lembro que fui disfarçando, cambaleando pelo corredor da igreja até chegar no banheiro. Eu não estava conseguindo nem andar direito, porque já estava perdendo o movimento das minhas pernas. A minha boca tinha secado tanto que a minha língua, literalmente, grudou no céu da boca. A cada segundo que passava minha visão ia ficando mais escura. Até que chegou no ponto que eu não conseguia mais enxergar. Eu me lembro que eu só tive força para trancar a porta do banheiro e deitar no chão, esperando a morte.
Pensa que cenário “perfeito” o Diabo armou: a filha do pastor encontrada morta, no banheiro da igreja, por suicídio, antes da Santa Ceia. Naquele dia, não haveria santa Ceia. Naquele dia, o ensaio não terminaria bem. Naquele dia, o grupo de louvor não iniciaria o culto cantando “Quão grande é o meu Deus”. As crianças não iam correndo lá na frente, para receber a oração do pastor. Naquele dia, meu pai estaria anunciando a minha morte.
Lembro que deitada ali no banheiro. Agonizando de dor no meu estômago. Por permissão de Deus, naquele exato momento, o Espírito Santo abriu os meus ouvidos espirituais. Ali, naquele banheiro, eu comecei a ouvir uma festa. E não era uma festa bonita como a nossa. Não era barulho de glória Deus e aleluia. Era festa de comemoração do inferno.
Eu me lembro que ouvi o próprio Satanás dizer no meu ouvido: –Você acha mesmo que a sua vida é um inferno? Eu vou te mostrar o que é inferno de verdade, agora. Pensa como eu fiquei. Eu era só uma criança. Não via nem demônio manifestar na igreja, muito menos ali no banheiro junto comigo. Então, naquele momento, se não foi a primeira oração que fiz em toda minha vida, foi a oração mais desesperada que eu já fiz.
Clamor pela vida
“Lembro que sem conseguir mexer a minha boca, somente com palavras no coração eu disse: “Jesus, se o Senhor existe mesmo, porque nem nisso eu acredito mais. Se o Senhor pode ouvir a oração do coração de uma criança, me tira daqui, porque estou morrendo. E sei que para onde eu vou eu não verei o seu rosto. Eu estou morrendo e eu sei, agora, eu sei que meus pés estão caminhando em passos largos para o inferno. Mas se o Senhor for me tirar daqui, só me promete uma coisa, Jesus: Só me promete que eu vou voltar a sorrir de novo. Só me promete que eu vou voltar a ter paz pra dormir. Só me promete que eu vou saber o que é ser amada, de verdade, independente de como eu sou.
Eu estava tão distraída nesta oração. Que eu nem me dei conta que aquela festa diabólica naquele lugar, simplesmente, se calou. Acredite você ou não, o meu Jesus desceu no banheiro da igreja. Jesus interrompeu aquele cenário de morte e como numa brisa suave eu pude ouvir ele dizer aqui, dentro de mim.
Eu ouvi aquela voz, a voz mais linda que eu já ouvi em toda minha vida. Quando eu ouvi, o meu corpo inteiro desfaleceu. Era encontro de Criador com criatura. Era encontro de céus e terra e Jesus disse as seguintes palavras: Vinde a mim, você que está cansada, oprimida, sobrecarregada e eu trarei alívio para a sua alma. Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e você vai encontrar o repouso que precisam, porque meu julgo é suave e meu fardo é leve.
Nova chance
Enquanto tudo isso se desenrolava no banheiro da igreja, se deram conta da minha demora e ficaram tentando entrar. Não sei como, mas Jesus me deu força para levantar e abrir a porta. Perguntaram o que eu tinha, mas eu ainda não conseguia falar. Já estava na hora do culto, então meus pais não poderiam me levar ao hospital, não tinham noção do que havia acontecido. Por isso, arriscaram esperar até o fim do culto. Passei o culto sentada do lado de fora pois não estava conseguindo respirar nem me manter sentada. Eu não tinha controle do meu corpo, era como se eu estivesse desmaiada, mas conseguia ouvir tudo ao meu redor e mexer a cabeça.
No fim do culto, eu já conseguia falar. Com dificuldade, mas falava. Eu sabia que não iria morrer mais. Então, convenci meus pais de que eu estava bem, só precisava deitar e dormir. E assim fizeram. Deitei na cama e apaguei. No outro dia, os efeitos dos remédios já haviam passado.
Caminhei mais um dia. Depois, mais outro dia. E eu estou aqui, cinco anos depois para declarar que Ele vive e Ele voltará!”
Busca por ajuda
Depois da experiência de quase morte vivida no banheiro da igreja, Ana decidiu que precisava, de uma vez por todas, ser livre de tudo aquilo. Compartilhou o momento de dificuldade com um amigo, a quem pediu ajuda para conversar com uma professora de sua confiança. Após a primeira conversa, a professora entrou em contato com a família.
Apesar do impacto dos detalhes de tudo o que tinha acontecido, seus pais procuraram tratamento psicológico. O diagnóstico apontou ansiedade, depressão e mania de perseguição. Após dois anos de acompanhamento profissional, ela apresentou melhora e recebeu alta.
Por isso, hoje, pode compartilhar sua experiência de modo a contribuir para que outras pessoas recebam a notícia de que existe esperança e de que é possível superar essas dores.
Embaixadores da Esperança
O pastor Denilson Pereira, um dos líderes da Umademp, relatou que em projetos desenvolvidos na rede pública de ensino, tem encontrado muitos casos de depressão e síndrome do pânico. Por isso, encorajou os jovens a agirem como “representantes de Deus para fazer a diferença”.
Ele ressaltou que Deus estava capacitando a multidão de jovens para impactar a vida de outros milhares por onde passarem. “Deus está te enchendo aqui nesta manhã para você ser um missionário, ser boca de Deus, onde quer que você esteja. Deixa Deus te encher, deixa Deus falar com você, para você sair daqui prontinho para ganhar almas para o reino do Senhor, nosso Deus”, declarou.
Líderes em alerta
Como os casos que precisam de acompanhamento especializado são recorrentes entre adolescentes e jovens, os coordenadores gerais da Umademp e Camp, pastores Flávio Pena e André Bueno, respectivamente, orientam para que os líderes estejam atentos às alterações de comportamento.
Uma vez identificado o problema, os líderes devem entrar em contato com o dirigente da congregação para que, com cautela, as famílias recebem a devida orientação e apoio.
Apoio sigiloso
O Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O atendimento ocorre por telefone 188 (ligação gratuita), e-mail, chat. Mais informações pelo site: www.cvv.org.br.
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