Não encontro Deus na cabana!
Não encontramos Deus na cabana. Encontramos a Deus na leitura reverente das Escrituras Sagradas.
A trama do livro é muito boa, prende a atenção e o autor é muito vívido na sua escrita, de forma que prende o leitor do início ao fim. Quando li o livro, lembro-me de ter terminado em muito pouco tempo. Ele acerta muito em tratar de um tema que atrai a todos: falar do sofrimento humano e apresenta de alguma maneira uma resposta a ele, uma vez que trata da morte da filha do personagem principal, que foi assassinada cruelmente, e a revolta do mesmo contra Deus por ter permitido tudo aquilo. Qual o grande problema do livro? Primeiramente, o livro traz a trindade (Pai, que na verdade é apresentado como mãe, Filho, que é Jesus, e Espírito Santo, apresentado como Sarayu, uma menina oriental, talvez evocando o misticismo oriental).
A partir daí, ele passa a mostrar o caráter da sua trindade. Um deus bem diferente do Deus das escrituras. Ao lermos a Bíblia, encontramos o verdadeiro Deus. Um Deus muito mais complexo, que tem em seu caráter diversos atributos como bondade, amor (1 Jo 4.8), justiça (Na 1.2,3), verdadeiro (Nm 23.19), soberania (Sl 115.3), eternidade (1 Tm 1.17), imutabilidade (Tg 1.17), onipresença e oniciência (Sl 139.4-9), onipotência (Jó 37.23), santidade (Is 6.3) e que é Espírito invisível ( Jo4.24, e que é visível apenas em Cristo). Ao dar forma ao Pai e ao Espírito já temos um grande problema. Deus não pode ser visto. E quando pecadores se encontram com Ele, a sensação não é de questionamento, mas de terror. João cai como morto, Daniel também. Isaías pensa que vai morrer. Deus é santíssimo.
Outro grande problema é que o deus da cabana (ou o deus do Yong) é apenas um deus de amor, que não demanda nada do homem, quer apenas relacionamento. Diferentemente do Deus da Bíblia, que é um Deus Justo e Santo. Que nos revela em Levítico 19 que nós devemos ser santos, povo separado para ele, e ser santo significa andar nos seus mandamentos em amor (explicação na sequência do cap. 19). Deus tanto salva aquele que é justo (declarado justo pela fé em Jesus, que se fez justiça em nosso lugar), quanto condena o ímpio. Infelizmente, aparentemente Yong é universalista.
Por fim, o deus da cabana trata do sofrimento como resultado apenas do livre-arbítrio humano. Ele não tem propósito bom algum no sofrimento, na verdade ele não tem nada a ver com isso. Aparentemente, Yong é um Teísta aberto também, infelizmente. Desta maneira, ele não apenas esvazia a santidade e justiça de Deus, como sua soberania. A Bíblia nos revela um Deus que é soberano e que nada foge ao seu controle. Como lemos no Salmo 115.3 “Nosso Deus está nos céus, e pode fazer tudo o que lhe agrada”. Tudo que acontece está debaixo de sua vontade, mesmo que permissiva. Ele tem um propósito em todas as coisas, mesmo que não entendamos. Tudo caminha para um fim glorioso, tudo coopera para o bem daqueles que o amam, tudo o glorifica no fim.
Por isso, defendo que na cabana não podemos encontrar o verdadeiro Deus, mas somente nas Escrituras Sagradas.
Fonte: Por Daniel Simoncelos via Gospel Mais