Pastor Sidney Sales fala sobre penitenciárias em Havard
Entre os dias 5, 6 e 7 de abril, o pastor Sidney Sales participou da Brazil Conference at Harvard & MIT um evento que chegou este ano à sua quinta edição. Realizado em Boston, Estados Unidos, sempre no mês de abril, é organizado pela comunidade brasileira de estudantes.
Os organizadores do evento convidaram o pastor Sidney após tomarem conhecimento das atividades desenvolvidas no Centro Terapêutico Educacional Cristão.
Sales detalha que passaram seis meses avaliando seu perfil. Consultaram depoimentos nas redes sociais para confirmar se eram verdadeiros, checaram todo o histórico, investigaram até mesmo nas Câmaras de Vereadores de Várzea Paulista e Jundiaí para atestar a idoneidade dos projetos desenvolvidos.
“Se a pessoa passar na malha fina eles convidam, graças a Deus tive esse privilégio”, comemora.
HONRA
Para o presidente da Assembleia de Deus Ministério Perus, pastor Elias Cardoso, é uma honra para a igreja ser representada pelo pastor Sidney em um evento de projeção internacional.
O tema do painel que ele participou foi a “Transformação do Sistema Carcerário Brasileiro”. Integraram a bancada Luis Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e Flávio Dino, governador do Maranhão.
CONVIDADOS
No mesmo evento participaram, ainda, o presidente do STF, Dias Toffoli, o a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.
QUALIFICAÇÃO
A investigação dos organizadores confirmou que os resultados de pesquisa no Google iam além de palavras no universo digital. Trata-se de uma história real, impactante e que ao longo dos anos tem sido instrumento nas mãos de Deus para resgatar milhares de vidas.
Além de toda experiência no ambiente eclesiástico, o pastor Sidney é reconhecido fora da igreja pela sua qualificação como técnico em Dependência Química, vasta experiência como palestrante em direitos humanos, atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade, risco social e pessoal, como também acolhimento a dependentes de substâncias psicoativas, psicotrópica, e egressos do sistema carcerário.
O EVENTO
Os idealizadores do movimento buscam consolidar um polo de conhecimento no qual intelectuais brasileiros, líderes sociais possam discutir os desafios e os caminhos possíveis para o País.
Foram abordados temas como democracia, inovação, sustentabilidade, crescimento, segurança, tolerância, o papel do STF, sistema carcerário, entre outros.
PROPOSTAS APRESENTADAS PARA TRANSFORMAÇÃO DAS PENITENCIÁRIAS NO BRASIL
Atualmente, o Brasil é o terceiro país com a maior população carcerária do mundo, são mais de 720 mil pessoas presas. Desse total, 25,3% por tráfico de drogas, 24,4% por roubo, 12,5% por furto e apenas 9,7% por homicídio.
Os últimos dados oficiais apontam que, em dezembro 2014, estavam encarceradas 622.202 pessoas. Em junho de 2016, menos de dois anos, esta população saltou para 726.712. Neste acréscimo de 104 mil, 40% estavam detidos em situação provisória.
Diante deste cenário, o pastor Sidney apresentou as seguintes propostas.
1) Enfrentamento da superlotação carcerária com a elaboração de um Plano Nacional;
2) Que o Estado cumpra as funções obrigatórias uma vez que sua ausência fortalece o crime organizado;
3) Revisar ou revogar a Lei da Drogas ou Lei de Tóxicos (Lei 11.343/2006) que, entre outras variáveis, é apontada como responsável pelo exorbitante encarceramento nos últimos anos de pessoas acusadas de tráfico, mas que, na verdade, infelizmente são dependentes químicos.
4) Fazer seleção de presos das facções criminosas na população carcerária, para desarticular a associação ao crime organizado e sua lucratividade por esses dependentes químicos e, com isso, evitar a extorsão de seus familiares.
5) Aplicar com mais eficácia as videoconferências, audiências de custódia, penas alternativas, criar uma comissão técnica para fiscalizar a gestão carcerária;
6) Implantar nas penitenciárias um Programa Terapêutico com assistente social, psicóloga e assistência jurídica para que os direitos sociais daqueles que se encontram privados de sua liberdade não sejam violados como também trabalhar melhor na ressocialização para inclusão – social, de modo a reduzir os índices de reincidência nos delitos;
7) Criar espaços nas penitenciárias para oficinas técnicas, cursos profissionalizantes, prestação de serviços remunerados seguindo o mesmo modelo desenvolvido na Associação de Proteção e Assistência a Condenados (Apac) com uma proposta que contemple, também, aqueles que professam a fé cristã;
8) Melhorar e dar condições básicas aos presos não violando seus direitos como: segurança física e psicológica, alimentação, higiene pessoal e um ambiente favorável de condições humanas. Atualmente, o sistema carcerário encontra-se em condições de precárias e insalubres.