Honra e gratidão no voluntariado
A realização da edição 2021 da Escola Bíblica Fraternal de Obreiros & Convenção Nacional da AD Perus, se constitui em um marco histórico para a igreja. O contexto da pandemia ainda pode ser usado por alguns para dar lugar ao medo, mas não para os convencionais que Deus permitiu chegarem à Catedral na Zona Norte da capital paulista.
Ainda que a capacidade de público tenha sido limitada, os voluntários se mantiveram mobilizados nas diferentes frentes do evento. Afinal, quer a expectativa de público seja de mil ou 20 mil pessoas, tudo tem de funcionar. As equipes são organizadas em frentes como alimentação, alojamento, mídia, decoração, recepção, limpeza, segurança, som, iluminação, logística entre outras.
Como organismo vivo, mesmo o observador mais displicente vai perceber o “Corpo de Cristo” em plena atividade. Os mais atentos vão entender a prática do que escreveu o apóstolo Paulo aos irmãos de Corinto: “Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós”.
Por causa desta mentalidade, é comum ver pastores carregando caixas junto com os cooperadores, missionárias e diaconisas com baldes e vassouras. Presbíteros carregando colchões ou preparando alimentos. As credenciais ministeriais não diferenciam, apenas organizam.
Alegria inexplicável
Entre as sempre elegantes e prestativas diaconisas vemos os passos suaves das irmãs Cida Barbosa Garcia, de 75 anos, e Rosa Maria da Paz, de 67. Ambas têm uma longa jornada com Cristo.
Com 36 anos de conversão e 34 como diaconisa, a irmã Cida detalha que faltam palavras para descrever a gratidão a Deus por poder servir à igreja do Senhor. “Me sinto muito feliz, gratificada a Deus. Porque o que Deus fez comigo é maravilhoso. Então me sinto honrada de estar participando”, testifica.
Com doçura ela detalha que é uma “sensação maravilhosa” poder estar no meio do povo de Deus. Especialmente porque, por causa da idade, a família foi rigorosa nas restrições para sua saída de casa. “Tem hora que não dá nem pra explicar a alegria que eu sinto. Estava sentindo muita falta mesmo de estar na igreja. Estou muito feliz de estar aqui e ninguém tira essa alegria de mim”, conclui.
Respeito e comunhão
Para a diaconisa Rosa Maria da Paz, consagrada na Convenção de 2008, é um privilégio ver a igreja voltar a se reunir, ainda que com restrições, em um evento nacional. Consciente, a irmã Rosa mantém os cuidados. “Não pode abraços, apertos, beijinhos, nem nada. A gente tem que se segurar pra não abraçar, porque foi muita saudade”.
Trilhando o caminho da fé cristã desde os 8 anos de idade, a diaconisa pondera que não consegue pregar, mas como orienta o pastor Elias Cardoso, sabe dizer que Jesus é Bom. Ela destaca o respeito que identifica no relacionamento entre os irmãos. “Sem fazer acepção, nos ajudando na palavra, na oração. Deus vai dando vida pra gente através da oração. Sofrendo com os outros, chorando com os que choram, sorrindo também”.
Sensação maravilhosa
Para a diaconisa Quezia Simonetti de Souza, poder servir aos irmãos em grandes eventos é uma “sensação maravilhosa”. Como 2ª coordenadora das diaconisas e cooperadoras é uma satisfação poder retornar. Ela recorda que o voluntariado na igreja é herança familiar. “Nossos pais sempre trabalharam de voluntários. Então, isso faz parte da nossa vida. Temos isso como forma de gratidão a Deus”.
A diaconisa detalha que não é um tarefa penosa, mas um “grande prazer trabalhar para o nosso Deus”. A gratidão é o grande motor do voluntariado. “Nada do que fizermos será suficiente para agradecer por todo o bem que recebemos do nosso Deus. Então, tudo o que nos resta, é fazer tudo o que vier a nossa mão com amor e sinceridade de coração”, declara.
Lugar de refrigério
A missionária Débora Ramos da Silva, integra o ministério desde 2006. Traz no histórico de serviço na casa do Senhor os registros como cooperadora, diaconisa e segunda dirigente do Círculo de Oração. Para ela é uma “emoção muito grande poder reencontrar os irmãos, as irmãs, nossos pastores, as missionárias”.
Com uma visão sempre agregadora, a missionária Débora sintetiza a relevância da igreja: “é família que Jesus nos deu”. Ela testifica, ainda, que a igreja “é o lugar para buscar refrigério para a alma, orientação para a vida”. Como uma das líderes do Círculo de Oração, destaca que “orar é o combustível que nos faz estar de pé e ter a confiança de que Deus está nos guardando”.